Redação Enem – um olhar sobre a estase argumentativa
DOI:
https://doi.org/10.22297/2316-17952021v10e02127Palavras-chave:
Argumentação, Estase argumentativa, EnemResumo
Com base nos pressupostos metodológicos do Modelo Dialogal da Argumentação (PLANTIN 2008, 2016; GRÁCIO, 2010, 2012), analisa-se a construção da estase argumentativa, ou o conflito de opiniões, nas redações ENEM selecionadas e que se enquadram na situação "˜ferir os direitos humanos"™ das edições de 2015 e 2016. Nessa perspectiva, considerar-se-á a interação entre a banca examinadora e o/a candidato/a e a nota atribuída ao/í estudante tendo como objeto de análise sete trechos de redações Enem 2015 que se enquadraram na situação "ferir os direitos humanos" ao tratarem do tema "A persistência da violência contra a mulher" e outros 9 trechos de redações Enem 2016 no mesmo cenário, cujo tema era "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil". Quanto ao alicerce teórico, reúnem-se aspectos da perspectiva dialogal da argumentação, principalmente o conceito de estase argumentativa, retomado por Christian Plantin, bem como os conceitos de topoi e doxai. Tal alicerce foi utilizado para análise dos 16 excertos disponibilizados pelo INEP com o objetivo de verificar como a construção de um ponto de vista que fira os direitos humanos gera a estase argumentativa e, ainda, como ocorre simultaneamente a interrupção de tal estase pelo processo de correção. As correlações aqui percebidas e observadas possuem importância no âmbito discursivo, pois concretizam, a partir dos conceitos mobilizados, uma análise que busca enxergar a imbricação do campo da argumentação com aspectos do Modelo Dialogal, tais como aqueles relativos à constituição dos atores da argumentação e da estase argumentativa.
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