Ensino de língua portuguesa: marcas da oralidade em produções escritas de alunos da 6ª classe do ensino primário do Sumbe-Angola
DOI:
https://doi.org/10.22297/2316-17952022v11e02226Palavras-chave:
Ensino de língua portuguesa, Produções escritas, OralidadeResumo
Neste texto, realizamos uma discussão que surgiu com o questionamento: “Como os alunos transpõem para os textos escritos aspectos da oralidade e da variedade linguística?” Pautado no fenômeno linguístico em questão, pretendemos mostrar a ocorrência de alguns “erros” ortográficos e descrever a presença de línguas angolanas presentes na escrita de alunos da 6ª classe em uma escola primária do Sumbe-Angola. A hipótese é que as dificuldades de escrita dos alunos estão relacionadas, em alguns momentos, à presença das múltiplas línguas angolanas e, em outros momentos, à percepção de escrita convencional, na transposição da oralidade para a escrita. O corpus foi constituído por 19 textos produzidos por alunos da 6ª Classe, em situação real de ensino de sala de aula, sob a mediação do professor. Utilizamos como referência estudos desenvolvidos por Franchi (2008), Marcuschi e Dionísio (2007), Marcuschi (2007), Cagliari (1995, 2000, 2002), Leite (2005), Cunha e Miranda (2009), cujas teorias permitiram uma reflexão sobre a língua materna e a importância da ortografia na aquisição da escrita. Os resultados apontam indícios da presença de línguas angolanas nos textos produzidos pelos alunos (LA), com maior predominância para a Língua Umbundo.
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