O Slam como recurso de valorização e construção de identidades dissidentes em sala de aula: relato de experiência
DOI:
https://doi.org/10.22297/2316-17952023v12e02323Palavras-chave:
Slam, Língua Portuguesa, DecolonialidadeResumo
Freire (1985) defende a importância da valorização do “mundo” do educando e sua relação com o processo educacional, enfatizando o relacionamento entre os conteúdos e a realidade das/os estudantes como forma de possibilitar caminhos mais significativos de aprendizagem. A partir dessa perspectiva, objetivamos apresentar um relato de experiência de uma professora de uma escola estadual na cidade de Arapiraca (AL), acerca do trabalho com o Slam em sala de aula. A escolha do gênero textual fundamenta-se no uso do letramento crítico e decolonial no contexto de ensino. Como aporte teórico, baseamo-nos em Freire (1985), Street (2014), Cosson (2009), dentre outros, para pensar os letramentos, Quijano (1992) para abordar a decolonialidade, e Hall (2016) para conceituar a noção de identidades. Como resultados da pesquisa, observamos grandes contribuições do gênero literário Slam para as aulas de literatura e para a formação da identidade do sujeito leitor crítico, reflexivo e decolonial, uma vez que o trabalho desenvolvido contribuiu para o exercício do respeito e da aceitação das diferentes culturas e sujeitos.
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