Idiomaticidade e predição em textos argumentativos

Autores

  • Julieta Machimuassana Langa Universidade Eduardo Mondlane (UEM)

Palavras-chave:

Escrita, Idiomaticidade, Predição

Resumo

Os textos argumentativos redigidos em Português por alunos universitários moçambicanos falantes de Português como lí­ngua segunda apresentam-se amiúde fragmentados em frases desligadas entre si. Isso pode acontecer, eventualmente, por não dominarem a forma ou fórmulas de expressão das relações lógicas entre as frases ou ideias ou porque não têm segurança na formulação do tipo de relações lógico-discursivas visadas. A qualquer escrito com estas caracterí­sticas falta coesão e coerência, ou seja, a naturalidade ou idiomaticidade que é peculiar ao discurso do falante ou escrevente competente da lí­ngua. Os idiomatismos e formações idiomáticas que introduzem funções retóricas num texto tendem a assumir um carácter preditivo. Mas, no discurso escrito de falantes de Português como lí­ngua segunda, tais funções podem não se manifestar na forma em que o falante nativo ou quase-nativo esperaria encontrá-las. Neste artigo, analisamos a produção escrita, enquadrada em textos do género opinativo e tipologia argumentativa, procurando elicitar o modo como os escreventes põem em prática as regras e os princí­pios de uso da lí­ngua e, em particular, as regras da predição, como contributo à compreensão dos problemas não-gramaticais que se colocam ao uso da lí­ngua na escrita.

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Publicado

2018-12-05

Como Citar

LANGA, J. M. . Idiomaticidade e predição em textos argumentativos. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 7, n. 3, p. 117–132, 2018. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/850. Acesso em: 5 out. 2024.