Os procedimentos de deriva de sentidos: a reescrituração e a articulação (re)construindo sentidos nos textos redacionais do ENEM de 2013

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22297/2316-17952023v12e02306

Palavras-chave:

Semântica do Acontecimento. Enunciação. Temporalidade. Redação do ENEM.

Resumo

Este trabalho objetiva analisar como se constituem os procedimentos de reescrituração e articulação na construção dos sentidos de textos de Redação do ENEM/2013, verificando como esses procedimentos próprios da textualidade mobilizam os sentidos postos nos textos redacionais, e como a construção do texto redacional proposto pelo referido exame se caracteriza enunciativamente como uma unidade de sentido que integra enunciados de forma transversal. O corpus deste estudo é constituído de duas redações nota mil do ENEM/2013, extraídas do site Uol Educação, que versam sobre a temática Efeitos da implantação do Lei Seca no Brasil. Tomando a Redação como um acontecimento de linguagem, atravessado por um conjunto de dizível, de outros já ditos, filiamo-nos à teoria Semântica do Acontecimento, de Eduardo Guimarães (2002; 2005; 2018), em que as relações de sentido são determinadas sócio-historicamente, ou seja, essas relações se constituem pela transversalidade que integram os sentidos, que insistem em redizer o que já foi dito. Sob este viés, analisamos também que cada texto redacional projeta sempre uma nova temporalidade, pois a temporalidade se dá no acontecimento do dizer, conforme Guimarães (2005), é o acontecimento que temporaliza, constituindo sempre uma nova temporalidade engendrada a um memorável que se instala pelo próprio acontecimento que se abre ao futuro como uma latência de futuridade. E é nesse sentido que as ações (efeitos da lei) projetam a futuridade, ou seja, um novo acontecimento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Roberto Silva Guimarães, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

Doutorando em Linguística pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).

Referências

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A redação do ENEM. Brasília/DF, outubro de 2011.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A redação do ENEM 2013: Guia do participante. Inep. Brasília/DF, 2014. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2013/guia_participante_redacao_enem_2013.pdf. Acesso em: 5 jan. 2023.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Documento Básico. MEC. INEP. Brasília/DF, 2002.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Manual de capacitação para avaliação das redações do ENEM de 2014. Cespe/UNB, Brasília/DF, 2014.

BRASIL. Lei 11.705/2008. Brasília/DF, 2008. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11705.htm. Acesso em: 05 jan. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. Disponível em: . Acesso em: 4 jan. 2023.

DIAS, L. F.; COELHO, S. M. Regularidades sintáticas e determinações enunciativas: uma abordagem do aposto explicativo. In: SANTOS, H. S.; ASSUNÇÃO, K. L. F. (org.). Enunciação e discurso: língua e literatura. Curitiba: Prismas, 2014. p. 131-148.

GUIMARÃES, E. Análise de texto: procedimentos, análises, ensino. 2. ed. Campinas, SP: Editora RG, 2012.

GUIMARÃES, E. A palavra - Forma e sentido. Campinas, SP: Editora: Pontes, 2007.

GUIMARÃES, E. Aposto e nome próprio. Entremeios: revista de estudos do discurso. v. 5, n.5, p. 1-8, 2012.

GUIMARÃES, E. Em torno de um nome próprio de cidade sobre a produção dos sentidos de uma origem. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 53, n. 2, p. 137–148, 2011.

GUIMARÃES, E. Enunciação e sentido: em torno de nomes próprios. Conferência no Encontro Semântica e Enunciação, IEL, Unicamp, 2013.

GUIMARÃES, E. A enumeração funcionamento enunciativo e sentido. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 51, n. 1, p. 49–68, 2011.

GUIMARÃES, E. Os limites do sentido: um estudo histórico e enunciativo da linguagem. 4. ed. Campinas, SP: Pontes, 2010.

GUIMARÃES, E. Produzindo o sentido de um nome de cidade. RUA, v. 20, p. 36–48, 2015.

Guimarães, E. Quando o eu se diz ele – análise enunciativa de um texto de publicidade. Revista da Anpoll, v. 1, n. 29, p. 16-39, 2010.

GUIMARÃES, E. Semântica e acontecimento: um estudo enunciativo da designação. 2. ed. Campinas, SP: Pontes, 2005.

GUIMARÃES, E. Semântica: enunciação e sentido. Campinas, SP: Pontes, 2018.

INDURSKY, F. O texto nos estudos da linguagem: especificidades e limites. In: ORLANDI, E.; RODRIGUES, S. L. (org.). Introdução às ciências da linguagem: discurso e textualidade. Campinas: Pontes, 2006. p. 33-80.

HOBBES, T. Moral e filosofia política. Internet Encyclopedia of Philosophy. Disponível em: http://www.iep.utm.edu/hobmoral/. Acesso em: 02 jan. 2023.

ORLANDI, E. P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 10. ed. Campinas, SP: Pontes, 2012.

ORLANDI, E.; RODRIGUES, S. L. (org.). Introdução às ciências da linguagem: discurso e textualidade. Campinas: Pontes, 2006.

Downloads

Publicado

2023-06-16

Como Citar

GUIMARÃES, J. R. S. Os procedimentos de deriva de sentidos: a reescrituração e a articulação (re)construindo sentidos nos textos redacionais do ENEM de 2013. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 12, p. e02306, 2023. DOI: 10.22297/2316-17952023v12e02306. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/4664. Acesso em: 5 nov. 2024.