Argumentação e cenografias em um processo criminal

Autores

  • André William Alves de Assis Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Raquel Tiemi Masuda Mareco Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Palavras-chave:

Operadores Argumentativos, Cenas da Enunciação, Alegações finais

Resumo

Propomos neste trabalho uma análise dos operadores argumentativos, sob o viés da Teoria da Argumentação na lí­ngua com pressupostos de Ducrot e Anscombre, atrelados ao conceito de cena da enunciação, proposto por Dominique Maingueneau. Nosso corpus compreende as alegações finais da defesa,
parte integrante de um processo criminal. A confluência entre operadores argumentativos e cenas da enunciação nos permitiu observar textos de grande força argumentativa. Os usos dos operadores argumentativos funcionam na peça processual como auxiliares na construção de diferentes cenas de fala engendrada pelo discurso jurí­dico. Para validar a cenografia do discurso, os operadores argumentativos foram os responsáveis por indicar a contradição nas informações levantadas pela acusação, retomando argumentos de autoridades, criando imagens contrárias entre acusação e defesa, contradizendo enunciados. Pelo exposto, concluí­mos que os operadores argumentativos direcionam a argumentação í s cenas da enunciação, ao mesmo tempo em que auxiliam a construção argumentativa do discurso. Juntos, nas alegações finais da defesa, os operadores e as cenas da enunciação funcionam como estratégia argumentativa que intenta direcionar o Juiz à conclusão que se estabelece como única tese possí­vel, a de que o réu é inocente.

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Publicado

2013-03-13

Como Citar

ASSIS, A. W. A. de; MARECO, R. T. M. . Argumentação e cenografias em um processo criminal. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 263–286, 2013. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/1210. Acesso em: 24 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Alunos de Pós-Graduação e Pesquisadores

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