As contribuições da Linguí­stica Textual nas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular para o ensino de lí­ngua portuguesa

Authors

Keywords:

Linguí­stica textual., Lí­ngua portuguesa, BNCC

Abstract

Este artigo tem como objetivo apresentar alguns apontamentos da Linguí­stica Textual (LT) que contribuí­ram para a proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Defende-se, neste texto, a perspectiva sociointerativa, que traz a linguagem como uma atividade social e a noção de texto como uma unidade em que o sentido é construí­do a partir da interação. Fundamentamo-nos em alguns estudos de Koch (2000, 2002, 2006), Marcuschi (1983, 2008), Bakhtin (2003 [1952-1953], 1997), entre outros, com o propósito de identificar as contribuições que a LT trouxe para a Educação Básica, mais especificamente, para o ensino de lí­ngua portuguesa. Metodologicamente, este artigo caracteriza-se como um estudo descritivo-interpretativo sob uma perspectiva analí­tica. Assevera-se, a partir da análise do documento, que o texto é visto como uma unidade de comunicação, como um ponto de convergência entre as dimensões de linguagem. É no texto que as relações gramaticais se constroem e se reconstroem e é no texto também que os discursos se concretizam. Verifica-se, portanto, uma preocupação da BNCC com o caráter dinâmico das práticas de linguagem, com as novas demandas sociais e com os contextos de usos de textos em uma perspectiva multissemiótica, que tem como suporte as novas mí­dias e os ambientes da Web.

Downloads

Download data is not yet available.

References

ADAM, J. M.; LUGRIN, G. L"™hyperstructure: un mode privilégié de présentation des événements scientifiques. In: CUSIN-BERCHE, F. (ed.). Rencontres discursives entre science et politique. Paris: Presses de la Sorbonne nouvelle, 2000. p. 133-149.

ADAM, J. M. Linguí­stica textual: introdução à análise textual dos discursos. São Paulo: Cortez, 2008.

ANTUNES, I. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2005.

ANTUNES, I. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

ANTUNES, I. Textualidade: noções básicas e implicações pedagógicas. São Paulo: Parábola, 2017.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução e Introdução: Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003 [1952-1953].

BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução: Paulo Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.

BEAUGRANDE, R. Frames, schemas, plans and scripts: In: BEAUGRANDE, R. (org.). Text, discourse and process: toward a multidisciplinary science of texts. London: Longman Publishing Group, 1980. p. 163-194.

BEAUGRANDE, R.; DRESSLER, W. U. Introduction to text linguistics. London: Longman Publishing Group, 1981.

BEAUGRANDE, R. New foundations for a science of text and discourse: cognition, communication and the freedom of access to knowledge and society. New Jersey: Ablex Publishing Corporation, 1997.

BRASIL. Ministério da Educação. LDB - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasí­lia: MEC, 1996. Disponí­vel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 9 dez. 2019.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental: Lí­ngua Portuguesa. Brasí­lia: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasí­lia: MEC, 2018. Disponí­vel em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 19 dez. 2019.

CHAROLLES, M. Coherence as a principle of interpretability of discourse. Text, v. 3, n. 1, p. 71-98, 1983.

DELL"™ISOLA, R. L. P. Leitura: inferências e o contexto sociocultural. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2001.

FÁVERO, L. L.; KOCH, I. G. V. Lingüí­stica Textual: Introdução, 2000.

GEE, J.; HULL, G.; LANKSHEAR, C. The new work order. Sydney: Westview Press, 1996.

GOODMAN, Y. M.; GOODMAN, K. S. To err is human: learning about language processes by analyzing miscues. In: ALVERMANN, D. E.; RUDDELL, R. B.; UNRAU, N. J. (ed.). Theoretical models and processes of reading. 6. ed. Newark: International Reading Association, 2013. p. 525-543.

GOUGH, P. B. One second of reading. In: KAVANAGH, J. F.; MATTINGLY, I. G. (ed.) Language by ear and by eye: the relationship between speech and reading. Cambridge: MIT Press, 1972. p. 331-358.

HALLIDAY, M. A. K.; HASAN, R. Cohesion in english. London: Longman Publishing Group, 1976.

KALLMEYER, K.; SIEBERT, M-H. N. Lektürekolleg zur textlinguistik. Frankfurt: Athenäum Fischer Taschenbuch Verlag, 1974.

KATO, M. O aprendizado da leitura. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. Campinas: Pontes, 1993.

KOCH, I. G. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989.

KOCH, I. G. V. O desenvolvimento da Linguí­stica textual no Brasil. In: D.E.L.T.A., v. 15, n. especial, p. 165-180, 1999.

KOCH, I. G. V. O texto e a construção dos sentidos. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2000.

KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Contexto, 2002.

KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.

KOCH, I. G. V. A inter-ação pela linguagem. 11. ed. São Paulo: Contexto, 2013.

KOCH, I. G. V.; TRAVAGLIA, L. C. Texto e coerência. São Paulo: Cortez, 1989.

KOCH, I. G. V.; TRAVAGLIA, L. C. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1990.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia cientí­fica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MARCUSCHI, L. A. Linguí­stica de texto: o que é e como se faz. Recife: UFPE, 1983.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (org.). Gêneros textuais e ensino. 4. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 19-36.

MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

MEYER-HERMMANN, R. Some topics in the study of referentials in portuguese. In: J. SCHMIDT-RADEFELD (ed.) Readings in portuguese pinguistics. Amsterdam: North-Holland, 1976. p. 267-287.

OLIVEIRA, L. E.; FREITAG, R. Linguagens em diferentes perspectivas: Base Nacional Comum Curricular em debate. Revista de Estudos da Cultura, n. 7, p. 7-8, jan./abr., 2017. Acesso em: 20 jun. 2020.

PATRIOTA, L. O lugar da variação linguí­stica na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Revista Letras Raras, v. 7, n. 2, p. 289-307, 2018.

ROCHA, J. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC): ensino de lí­ngua e polí­tica linguí­stica. 2019. 151 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) - Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2019.

VAN DIJK, T. A. Cognição, discurso e interação. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2013.

WEINRICH, H. Tempus: besprochene und erzählte Welt. 2. ed. Stuttgart: Klett, 1971.

WEINRICH, H. Sprache in Texten. Stuttgart: Klett, 1976.

Published

2020-09-01

How to Cite

BRITO, R. M. .; CARVALHO, M. A. F. de . As contribuições da Linguí­stica Textual nas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular para o ensino de lí­ngua portuguesa. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 9, p. e02016, 2020. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/2376. Acesso em: 5 oct. 2024.