O processo de (re)escrita do gênero artigo de opinião com estudantes do 9º ano de uma escola pública de Goiás

Lara Roberta Silva  Assis; Rodrigo Milhomem de   Moura; Eliane Marquez da Fonseca  Fernandes

doi:10.22297/2316-17952021v10e02121

Autores/as

Lara Roberta Silva Assis Universidade Federal de Goiás (UFG) http://orcid.org/0000-0002-1939-5087
Rodrigo Milhomem de Moura Universidade Federal de Goiás (UFG) http://orcid.org/0000-0002-5156-2076
Eliane Marquez da Fonseca Fernandes Universidade Federal de Goiás (UFG) http://orcid.org/0000-0002-6476-0389

DOI:

https://doi.org/10.22297/2316-17952021v10e02121

Palabras clave:

Ensino/Aprendizagem, Escrita/Reescrita, Dialogia

Resumen

Por muito tempo, em nossa sociedade, o ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa se caracterizou pelas práticas descontextualizadas do ensino de gramática. Reconhecendo esse aspecto, neste trabalho, temos como objetivos discutir a escrita como uma prática social e dialógica, e analisar duas produções do gênero artigo de opinião e suas respectivas reescritas, produzidas por estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental. Nosso trabalho está fundamentado na filosofia da linguagem do Círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2011, 2013; SOBRAL, 2009; VOLÓCHINOV, 2017) e nas posições de escrita e reescrita (MENEGASSI, 1998, 2001; FERNANDES, 2007; PASSARELLI, 2012). Para tanto, partimos de um estudo qualitativo-interpretativista (ANDRÉ, 2005; BORTONI-RICARDO, 2008; DENZIN; LINCOLN, 2006). A pesquisa é um recorte da dissertação de mestrado "Escrita e reescrita: as relações dialógicas entre ensino e aprendizagem", que foi realizada em uma escola pública de Goiânia, em 2019. O gênero discursivo estudado pelos/as educandos/as foi o artigo de opinião e o tema para a produção escrita foi "A prática de bullying e cyberbullying no ambiente escolar". A pesquisa contou com a participação de estudantes de quatro turmas de 9º ano, totalizando, aproximadamente, 120 educandos/as e da professora de Língua Portuguesa das referidas turmas. Para este estudo, selecionamos apenas dois artigos, a título de delimitação. Observamos durante nossas análises dos dois textos, que os/as estudantes conseguiram estabelecer relações dialógicas com a primeira versão da produção, realizando acréscimos, substituições e deslocamentos.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ASSIS, L. R. S. Escrita e reescrita: as relações dialógicas entre ensino e aprendizagem. 2020. 107 f. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2020.

ANDRÉ, M. E. D. A. de. Estudo de caso em pesquisa e avaliação educacional. Brasília: Liberlivros, 2005.

ANTUNES, I. Aula de Português: encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2003.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução: Paulo Bezerra. 6. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.

BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução: Paulo Bezerra. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2016.

BOFF, O. M. B. et al. O gênero textual artigo de opinião: um meio de interação. ReVEL, v. 7, n. 13, p. 1-12, 2009.

BORTONI-RICARDO, S. M. O professor pesquisador: introdução í pesquisa qualitativa. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

BRÄKLING, K. L. Trabalhando com artigo de opinião: re-visitando o eu no exercício da (re) significação da palavra do outro. In: ROJO, R. (org.). A prática da linguagem na sala de aula: praticando os PCN"™s. Campinas: Mercado das Letras, 2000. p. 221-248.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CASSEB-GALVíO, V. C.; DUARTE, M. da C. Artigo de opinião: sequência didática funcionalista. Paulo: Parábola, 2018.

DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. Introdução: a disciplina e a prática da pesquisa qualitativa. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. (org.). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 15-41

FERNANDES, E. M. da F. A produção escrita e a reescrita: indícios significativos no processo de produção de textos. 2007. 244 f. Tese (Doutorado em Letras e Linguística) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2007.

FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: ítica, 2008.

GARCEZ, L. H. do C. Técnica de redação: o que é preciso saber para bem escrever. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

GERALDI, J. W. Concepções de linguagem e ensino de português. In: GERALDI, J. W. (org.). O texto na sala de aula: disciplina Língua Portuguesa. São Paulo: Anglo, 2012.

MENEGASSI, R. J. Da revisão í reescrita: operações e níveis linguísticos na construção do texto. 1998. 291 f. Tese (Doutorado em Letras) – Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Universidade Estadual Paulista, Assis, 1998.

MENEGASSI, R. J. Da revisão í reescrita: operações lingüísticas sugeridas e atendidas na construção do texto. Mimesis, v. 22, n. 1, p. 49-68, 2001.

MENEGASSI, R. J.; FUZA, Â. F. Procedimentos de escrita em sala de aula do ensino fundamental. Signótica, v. 20, n. 2, p. 471-495, 2008.

OLIVEIRA, R. da S. L.; BORBA, V. C. M. Reescrita e escrita: investigando a visão do aluno. A cor das letras, v. 16, n. 1, p. 112-127, 2015.

PASSARELLI, L. M. G. Ensino e correção na produção de textos escolares. São Paulo: Telos, 2012.

POSSATI, J. F. A reescrita dialógica. 2013. 206 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013.

RODRIGUES, R. H. O artigo jornalístico e o ensino da produção escrita. In: ROJO, R. (org.). A prática da linguagem na sala de aula: praticando os PCN"™s. Campinas: Mercado das Letras, 2000. p. 207-220.

SARTORI, A. T.; MENDES, L. Z. A reescrita como processo: as vantagens de uma segunda versão tardia. Revista do GEL, v. 13, n. 3, p. 130-157, 2016.

SILVA, S de S. O processo de reescrita e a produção textual: questões referentes í prática escolar da escrita. Revista Vida de Ensino, v. 3, n. 1, p. 29-43, 2017.

SOBRAL, A. Do dialogismo ao gênero: as bases do pensamento do círculo de Bakhtin. Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 2009.

SOUZA, I. R.; MENEGASSI, R. J. A reescrita como instrumento de desenvolvimento da escrita: uma experiência com professores. Disponível em: http://www.escrita.uem.br/adm/arquivos/artigos/publicacoes/producao_textual_e_ensino/PDE_Artigo_final%5B1%5D%5B1%5D.pdf. Acesso em: 29 jun. 2019.

SARTORI, A. T.; MENDES, L. Z. A reescrita como processo: as vantagens de uma segunda versão tardia. Revista do GEL, São Paulo, v. 13, n. 3, p. 130-157, 2016.

VOLÓCHINOV, V. Marxismo e Filosofia da Linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução: Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Editora 34, 2017.