Cristofobia, ressentimento religioso e discurso político no X

Résumé

Este artigo debruça-se sobre a produção discursiva do termo cristofobia no discurso político da atualidade brasileira, com o objetivo de analisar a construção de uma vontade de verdade de perseguição que dá condições de emergência a práticas fundamentalistas. Fundamentamo-nos nos Estudos Discursivos Foucaultianos, mobilizando uma arqueogenealogia (2017-2021) das formas discursivas da cristofobia como estratégia discursiva e com a noção de ressentimento de Nietzsche (2009). Selecionamos como corpus 4 postagens que circularam no X no período de 2020 a 2022. As análises permitiram observar que, no Governo Bolsonaro, políticos religiosos propagaram discursos através de redes sociais que produzem a vontade de verdade de uma perseguição aos valores cristãos por parte da esquerda. Essas discursividades constituem uma racionalidade intolerante e, por conseguinte, se valem de um discurso que inverte as posições sujeito para justificar práticas de ódio contra grupos minoritários.