“Enfermeiro obstetra” e “Enfermeira obstétrica”: gênero e relações de poder em processos de designação

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.22297/2316-17952025v14e02532

Mots-clés :

Perspectiva de gênero, Discurso, Obstetrícia, Enfermagem Obstétrica, Relações de poder

Résumé

Este artigo tem por objetivo investigar a disputa discursiva em torno da designação do/a enfermeiro/a especialista em obstetrícia, analisando os efeitos de sentido das expressões “enfermeiro obstetra” e “enfermeira obstétrica”. Trata-se de uma pesquisa documental, ancorada na Análise materialista do Discurso. A partir da análise de documentos institucionais, legislações, reportagens e postagens em rede social digital, são analisados os mecanismos discursivos que sustentam essa diferenciação terminológica e seus efeitos de sentido na identidade profissional da enfermagem obstétrica, destacando a relevância do gênero nas designações profissionais. O estudo demonstrou que os processos de designação constituem espaços de disputa simbólica e histórica, atravessados por relações assimétricas de poder.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur

Luciana de Amorim Barros, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Doutora em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura (PPGLL) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Docente do Curso de Enfermagem da UFAL/Campus Arapiraca.

Sóstenes Ericson, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Doutor em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura (PPGLL) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura (PPGLL). Líder do Grupo de Estudo Trabalho, Ser Social e Enfermagem - GETSSE/CNPq. Líder do Grupo de Estudo em Análise do Discurso - GrAD/CNPq. Membro do Centro de Pesquisa Política, Enunciação, História, Materialidades, Sexualidades - PoEHMaS/IEL/UNICAMP. 

Références

ALMEIDA, M. S.; RODRIGUES, D. P.; ALVES, V. H.; REIS, L. C.; SILVA, C. A; PARENTE, A. T.; SILVA, S. E. D. A identidade da enfermagem obstétrica no centro de parto normal. Revista Escola Anna Nery, v. 27, e20230024, 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2023-0024pt Acesso em: 6 jun. 2025.

ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviço na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018.

BRANDÃO, R. O. Divisões nos sentidos de “mulher”: argumentação, enunciação e político. Letras & Letras, v. 36, n. 1, p. 97–116, jan./jun., 2020. DOI: https://doi.org/10.14393/LL63-v36n1-2020-6. Acesso em: 6 jun. 2025.

BRASIL. Decreto nº 94.496, de 8 de junho de 1987. Dispõe sobre a regulamentação da profissão de obstetriz e parteira. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 9 jun. 1987. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/d94496.htm. Acesso em: 20 jan. 2025.

BRASIL. Lei n.º 7.498/86, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 26 jun. 1986. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7498.htm. Acesso em: 05 fev. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 353, de 14 de fevereiro de 2017. Aprova as Diretrizes para a Assistência ao Parto Normal. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília/DF, 15 fev. 2017. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/20424717. Acesso em: 20 jan. 2025.

BUTLER, J. Gender trouble: feminism and the subversion of identity. New York: Routledge, 1999. Disponível em: http://www.kyoolee.net/GENDER_TROUBLE_-_Preface_-_Butler.pdf. Acesso em: 18 jan. 2025.

CARREGAL, F. A. S.; SCHRECK, R. S. C.; SANTOS, F. B. O.; PERES, M. A. A. Resgate histórico dos avanços da Enfermagem Obstétrica brasileira. História da Enfermagem: Revista Eletrônica (HERE), v. 11, n. 2, p. 123-132, 2020. DOI:

https://doi.org/10.51234/here.2020.v.11.86. Acesso em: 8 jul. 2024.

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução nº 524, de 16 de junho de 2016. Atualiza, no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, os procedimentos para registro de especialização técnica de nível médio e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 17 jun. 2016. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-5242016_42577.html. Acesso em: 20 jan. 2025.

DINIZ, C. S. G. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciência & Saúde Coletiva, v. 10, n. 3, p. 627-637, 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232005000300019. Acesso em: 10 jan. 2024.

ERICSON, S. Processos de modelização na institucionalização de saberes no campo de enfermagem. In: AMARAL, M. V. B.; ERICSON, S. Do discurso: fundamentos e análises. Maceió: Edufal, 2019. p. 7-39.

FERREIRA, R. N.; VARGAS, M. A. O.; VELHO, M. B.; ZOCCHE, D. A. A.; RABELO, M.; NHIME, A. S. S. Identidade profissional e limitação da autonomia da Enfermeira Obstetra em hospital de ensino: estudo qualitativo. Escola Anna Nery, v. 28, e20240064, 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2024-0064p. Acesso em: 6 jun. 2025.

GUIMARÃES, E. Designação e espaço de enunciação: um encontro político no cotidiano. Letras, n. 26, p. 53–62, 2003. DOI: https://doi.org/10.5902/2176148511880. Acesso em: 5 fev. 2024.

HARVEY, D. O neoliberalismo: história e implicações. São Paulo: Loyola, 2005.

KELSEN, H. Teoria Pura do Direito. 6. ed. Tradução de João Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

KERGOAT, D. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: HIRATA, H.; LABORIE, F.; LE DOARÉ, H.; SENOTIER, D. (org.). Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Ed. Unesp, 2009. p. 67-75.

LAGAZZI, S. A Materialidade do Discurso: processos de significação e produção de sentidos. Campinas/SP: Pontes Editores, 2012.

LINS, N. F.; SILVA, S. E. V. da. Do não dizer para produzir sentido: o silenciamento em capas das revistas Veja e IstoÉ. Caderno de Letras, n. 50, p. 123–143, set./dez. 2024. DOI: https://doi.org/10.15210/cdl.vi50.27830. Acesso em: 12 nov. 2025.

OLIVEIRA, P. S.; COUTO, T. M.; OLIVEIRA, G. M.; PIRES, J. A.; LIMA, K. T. R. S.; ALMEIDA, L. T. S. Enfermeira obstetra e os fatores que influenciam o cuidado no processo de parto. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 42, p. 1-12, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2021.2020-0200. Acesso em: 6 jun. 2024.

ORLANDI, E. P. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. 7. ed. Campinas/SP: Pontes, 2009.

PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 4. ed. Campinas/SP: Pontes, 2009.

PROGIANTI, J. M.; MOREIRA, N. J. M. P.; PRATA, J. A.; VIEIRA, M. L. C.; ALMEIDA, T. A.; VARGENS, O. M. C. Precarização do trabalho da enfermeira obstétrica. Revista Enfermagem UERJ, v. 26, e33846, 2018. DOI: https://doi.org/10.12957/reuerj.2018.33846. Acesso em: 6 jun. 2025.

RATTNER, D. Humanização na atenção a nascimentos e partos: breve referencial teórico. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, v. 13, supl. 1, p. 595–602, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-32832009000500011. Acesso em: 2 mar. 2025.

RIBEIRO, D. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Editora Letramento, 2017.

RIESCO, M. L. G. Enfermeira Obstetra: herança de parteira e herança de enfermeira. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 6, n. 2, p. 13-15, 1998. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-1169199800020000. Acesso em: 2 mar. 2025.

SOUZA, C. A construção do sujeito trans nas vozes sociais que atravessam o discurso médico em “A garota dinamarquesa”. Diálogo das Letras, v. 9, p. 1-20, e02014, 2020. DOI: https://doi.org/10.22297/2316-17952020v09e02014. Acesso em: 2 mar. 2025.

ZOPPI-FONTANA, M. “Lugar de fala”: enunciação, subjetivação, resistência. Conexão Letras, v. 12, n. 18, p. 55-72, 2017. DOI: https://doi.org/10.22456/2594-8962.79457. Acesso em: 4 jan. 2025.

ZOPPI-FONTANA, M. Lugares de enunciação e discurso. Leitura - Análise do Discurso, n. 23, p. 15-24, 1999. DOI: https://doi.org/10.28998/2317-9945.199923.15-24. Acesso em: 4 jan. 2025.

Téléchargements

Publiée

2025-12-10

Comment citer

BARROS, Luciana de Amorim; ERICSON, Sóstenes. “Enfermeiro obstetra” e “Enfermeira obstétrica”: gênero e relações de poder em processos de designação. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 14, p. e02532, 2025. DOI: 10.22297/2316-17952025v14e02532. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/7189. Acesso em: 11 déc. 2025.

Articles similaires

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Vous pouvez également Lancer une recherche avancée de similarité pour cet article.