O processo de leitura mediado por gêneros: um olhar sobre a transposição didática em livros didáticos
Palavras-chave:
Transposição didática, leitura, gêneros discursivosResumo
O ensino de Inglês como Língua Adicional (I/LA) no Brasil é visto, ainda, como um processo ineficiente em diversos contextos da educação regular. Segundo os PCN de Língua adicional (1998), tal fato se dá devido a diversos fatores que atrapalham o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem da disciplina. Dentre esses fatores, destacamos a escolha do material didático como de grande importância, já que o mesmo é um gênero discursivo significativo para professores e alunos. Tendo em vista o foco na leitura, proposto pelos PCN, e no letramento crítico, proposto pelas OCEM (2006), é crescente o número de manuais que, segundo seus autores, trabalham a leitura em acordo com as orientações formuladas por tais documentos. Além disso, também procurando adequar-se aos atuais paradigmas de ensino de leitura, essas obras parecem ter convocado o conceito de gêneros de discurso/texto (ROJO, 2008) para potencializar o ensino de I/LE e tentar superar o problema da educação linguística brasileira. Pensando nesse cenário, esse trabalho visa discutir o processo de transposição didática de gêneros em duas atividades de leitura do manual Prime (2009), observando de que forma essa transposição foi realizada e se tais atividades realmente promovem o engajamento social dos alunos em práticas reflexivas e críticas.
Downloads
Referências
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BAKHTIN, M. (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução de Michel Lahud e Yara Frateschi. São Paulo: Hucitec, 2006.
BAUER, M. W. & GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2008.
BAZERMAN, C. Gênero, agência e escrita. Tradução e adaptação de Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez, 2006.
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira Moderna. Ministério da Educação. Secretaria de Educação – Brasília: Ministério da Educação,1998.
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília, DF: SEF/MEC, 2006.
DIAS, R; JUCí, L. & FARIA, R. Prime. São Paulo: Macmillan, 2009.
FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Atica, 2008.
FOGAÇA, F. C. & GIMENEZ, T. N. O ensino de línguas e a sociedade. Revista Brasileira de Lingüística Aplicada. V.7, nº1, 2007, p. 161-182.
KOCH, I. V. As tramas do texto. São Paulo: Editora Nova Fronteira, 2008.
KOCH, I. V. & ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos dos textos. São Paulo: Contexto, 2007.
LUDKE, M & ANDRE, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 2005.
MOITA LOPES, L. P. da. Pesquisa interpretativista em lingüística aplicada: a linguagem como condição e solução. In: D.E.L.T.A., vol. 10, nº 02, p. 329-338, 1994.
RODRIGUES, R. H. Os gêneros do discurso na perspectiva dialógica da linguagem. In: MEURER, J. L; BONINI, A. & MOTTA-ROTH, D. (Orgs.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola, 2007, p. 152-183.
ROJO, R. Gêneros de texto/discurso como objeto de ensino de línguas: um retorno ao trivium? In: SIGNORINI, I. (Org.). [Re]Discutir texto, gênero e discurso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008, p. 73-108.
ROJO, R. Modos de transposição dos PCNs í s práticas de sala de aula: progressão curricular e projetos. In: ROJO, R. (Org.) A prática de linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. Campinas: Mercado de Letras, 2008, p. 27-38.
SCHENEWLY, B. & DOLZ, J. Gêneros Orais e escritos na escola. Tradução de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. São Paulo: Mercado de Letras, 2004.
SCHENEWLY, B. O ensino da comunicação. Revista Língua Portuguesa, edição 2007, novembro de 2007.
SCHLATER, M. O ensino de leitura em língua estrangeira na escola: uma proposta de letramento. Calidoscópio, Vol. 7, n. 1, p. 11-23, 2009.
SCHLATTER, M & GARCEZ, P. írea de Linguagens e Códigos: Língua Estrangeira Moderna. In: RIO GRANDE DO SUL. Secretaria do Estado de Educação. Departamento Pedagógico. Referenciais Curriculares do Rio Grande do Sul: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias / Secretaria de Educação – Porto Alegre: SE/DP, 2009.
SZUNDY, P. T. C. Modelização didática de gêneros e a formação do futuro professor de língua inglesa: implicações no processo de construção do conhecimento. In: Revista Letras, vol. 20, nº 40, p. 217-237, 2010. (volume temático Gêneros discursivos & Interfaces, organizado por MOTTA-ROTH, D.; HENDGES, G. R.).
SZUNDY, P. T. C & CRISTÓVíO, V. L. L. Projetos de formação do professor de língua inglesa: seqüências didáticas como instrumento no ensino-aprendizagem. Revista Brasileira de Lingüística Aplicada, v.8, nº1, , p. 115-137, 2008.
TRAVAGLIA, L. C. Ensino de gramática numa perspectiva textual interativa. In: AZAMBUJA, J. Q. (Org.) O ensino de língua portuguesa para o 2 grau. Uberlândia: EDUFU, 1996, p. 107-156.
WALLACE, C. Critical Literacy Awareness in the EFL classroom. In: FAIRCLOUGH, N. Critical language awareness. London and New York: Longman, 1998, p. 59-92.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A Diálogo das Letras não se responsabiliza por conceitos e opiniões emitidos pelos autores, tampouco manifesta, necessariamente, concordância com posições assumidas nos textos publicados. Além disso, os dados e a exatidão das referências citadas no trabalho são de inteira responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem seus trabalhos, os autores concordam que os direitos autorais referentes a cada texto estão sendo cedidos para a revista Diálogo das Letras; ainda concordam que assumem as responsabilidades legais relativas às informações emitidas.