Discursos coloniais sobre gênero e sexualidade em enunciados da extrema-direita brasileira

Authors

DOI:

https://doi.org/10.22297/2316-17952024v13e02415

Keywords:

Discursos de gênero e sexualidade., Colonialidade., Extrema-direita.

Abstract

This article explores the discursive relationships between the localized production of statements and processes of solidification of cisheteronormative discourses, constitutive of the political repertoires of the Brazilian extreme right. Following a performative conception of language, gender and sexuality, combined with decolonial studies, our analyzes point to the effects of the pathologization of non-heterosexual sexualities, taken under the sign of abnormality and deviation from human nature. Thus, logics of racial classification of gender and deviant sexualities are resumed in the discourse of the Brazilian extreme right, which occurs through the affirmation of the modern-colonial subjective matrix, in which these dimensions of social life are considered stable, binary and prediscursive. In general terms, the work points out the role of discourse, materialized in the statements of different social practices, in the crystallization of colonial conceptions of gender and sexuality validated in the Brazilian far-right discourse.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Lucas Santos de Assis, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Mestrando em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura (PPGLL) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Pesquisador voluntário do Grupo de Estudos em Letramentos, Educação e Transculturalidade (LET). Bolsista pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Danillo da Conceição Pereira Silva, Instituto Federal de Alagoas (IFAL)

Doutor em Letras/Estudos Linguísticos pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Professor do Instituto Federal de Alagoas (IFAL). Arapiraca/AL, Brasil. Líder do Nexus Lab - Laboratório de Pesquisa em Linguística Aplicada & Sociedade (IFAL/CNPq).

References

AKOTIRENE, C. Interseccionalidade. São Paulo: Pólen, 2019.

ALVES CEPÊDA, V. A Nova Direita no Brasil: contexto e matrizes conceituais. Mediações, v. 23, n. 2, p. 40–74, 2018. DOI: https://doi.org/10.5433/2176-6665.2018v23n2p40. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/34801 . Acesso em: 6 jul. 2024.

BATAILLE, G. O erotismo. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

BATISTA, T. E. P. Intersecções entre ideologias linguísticas e raciolinguísticas na manutenção de hierarquias raciais. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 60, n. 1, p. 82-95, jan./abr., 2021. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103181395662215202103 . Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8661799. Acesso em: 23 maio. 2024.

BENTO, B.; PELÚCIO, L. Despatologização do gênero: a politização das identidades abjetas. Estudos Feministas, v. 20, n. 2, p. 569-581, maio/ago., 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2012000200017. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2012000200017 . Acesso em: 23 maio. 2024.

BLOMMAERT, J. Discourse. Cambridge: Routledge, 2005.

BOAVENTURA, J. C. S. Suburbanos e farofeiros em trânsito: entre a fricção e a (re)construção textual de subjetividades fora do lugar. 2018. Tese. (Doutorado em Linguística Aplicada) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.

BORBA, R.; OSTERMANN, A. C. Gênero ilimitado: a construção discursiva da identidade travesti através da manipulação do sistema de gênero gramatical. Rev. Estud. Fem, v.16, n. 2, p. 409-432, ago., 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2008000200006. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2008000200006/8753 . Acesso em: 23 maio. 2024.

BOITO-JÚNIOR, A. O caminho brasileiro para o fascismo. Caderno CRH, v. 34, n. 1, p. 1-23, 2021. DOI: https://doi.org/10.9771/ccrh.v34i0.35578. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/35578/24872 Acesso em: 23 maio. 2024.

BORGES, R. C. S.; MELO, G. C. V. Quando a raça e o gênero estão em questão: embates discursivos em rede social. Rev. Estud. Fem, v. 27, n. 2, p. 2-13, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n254727. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/1806-9584-2019v27n254727. Acesso em: 10 abr. 2024.

BUTLER, J. Problemas de gênero. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2022.

FOUCAULT, M. Arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense, 1986.

FOUCAULT, M. “Sobre a arqueologia das ciências. Resposta ao Círculo de Epistemologia”. In: FOUCAULT, M. Ditos e escritos, v. 2. Tradução Elisa Monteiro. Rio de Janeiro: Forense universitária, 2008. p. 82-118.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. São Paulo: Edições Loyola, 2014.

FOUCAULT, M. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2021.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Lamparina, 2022.

LUGONES, M. Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, v. 22, n. 3, p. 935-952, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/%25x. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36755. Acesso em: 10 abr. 2024.

LUGONES, M. Colonialidade e gênero. In: HOLLANDA, H. B. de. (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2020. p. 51 – 81.

MACHADO, R. Foucault: a ciência e o saber. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2006.

MIGNOLO, W. D. Desobediência Epistêmica, Pensamento Independente e Liberdade Decolonial. Tradução: Isabella Veiga. Revista X, v. 16, n. 1, p. 24-53, 2021. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rvx.v16i1.78142. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/revistax/article/view/78142. Acesso em: 10 abr. 2024.

MISKOLCI, R.; CAMPANA, M. “Ideologia de gênero”: notas para a genealogia de um pânico moral contemporâneo. Sociedade e Estado, v. 32, n. 3, p. 725-747, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/s0102-69922017.3203008. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/7719. Acesso em: 02 abr. 2024.

MOITA LOPES, L. P. Pesquisa interpretativista em lingüística aplicada: a linguagem como condição e solução. DELTA, v. 10, n. 2, p. 329-339,1994. Disponível em:

https://revistas.pucsp.br/index.php/delta/article/view/45412. Acesso em: 02 abr. 2024.

MOITA LOPES, L. P.; FABRÍCIO, B. F. Por uma ‘proximidade crítica’ nos estudos em Linguística Aplicada. Calidoscópio, v. 17, n. 4, p. 711–723, 2019. ´DOI: https://doi.org/10.4013/cld.2019.174.03. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/cld.2019.174.03. Acesso em: 02 abr. 2024.

MOREIRA JÚNIOR, R. S. M.; IFA, S. Práticas discursivas de colonialidade no aplicativo Grindr: a masculinidade homoerótica patologizada. Entrepalavras, v. 11, n. 3, p. 255-276, 2021. DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-32149. Disponível em: http://www.entrepalavras.ufc.br/revista/index.php/Revista/article/view/2149. Acesso em: 15 maio 2024.

LAURETIS, T. A tecnologia do gênero. In: HOLLANDA, H. B. (org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 206-241.

NOGUEIRA, S. Intolerância religiosa. São Paulo: Pólen, 2020.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo: Editora Feevale, 2013.

RAMARI, T. H.; NAVARRO, P. Discurso e HIV/Aids: uma análise de manchetes das revistas brasileiras Veja e Galileu sob a perspectiva arqueogenealógica de Michel Foucault. Diálogo das Letras, v. 11, p. 1-18, e02210, 2022. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/3954/3353. Acesso em: 02 abr. 2024.

QUIJANO, A. Colonialidad del poder, cultura y conocimiento en América Latina. Dispositio, v. 24, n. 51, p. 137-148, 1999. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/41491587. Acesso em: 02 abr. 2024.

SILVA, D. The pragmatics of chaos: parsing bolsonaro’s undemocratic language. Trab. Ling. Aplic, v. 59, n. 1, p. 507-537, jan./abr. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/01031813685291420200409 . Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8659107/22458. Acesso em: 02 abr. 2024.

SILVA, D. S. da. LGBT (Q de Queiroz): deslizamentos de sentido em efeitos metafóricos no discurso do deputado Eduardo Bolsonaro no Twitter. Diálogo das Letras, v. 9, p. 1-16, e02022, 2020. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/2491/2291. Acesso em: 02 abr. 2024.

SILVA, D. C. P. Quando dizer é violentar: violência linguística e transfobia em comentários online. Editora Devires: Salvador, 2019.

SILVA, D. C. P. A linguagem contra a democracia: registros discursivos antigênero na política do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. 2022. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2022.

TEIXEIRA, T. Decolonizar valores: ética e diferença. Salvador: Devires, 2021.

TREVISAN, J. S. Devassos no Paraíso: a homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade. Rio de Janeiro: Objetiva, 2018.

VERGUEIRO, V. Sou travestis: estudando a cisgeneridade como uma possibilidade decolonial. Brasília: Padê Editorial, 2018.

XAVIER, D. R.; et al. Involvement of political and socio-economic factors in the spatial and temporal dynamics of COVID-19 outcomes in Brazil: A population-based study. The Lancet Regional Health–Americas, v. 10, n. 1, p. 1-16, jun. 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.lana.2022.100221. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lanam/article/PIIS2667-193X(22)00038-2/fulltext. Acesso em: 02 abr. 2024.

Published

2024-07-09

How to Cite

ASSIS, L. S. de; SILVA, D. da C. P. Discursos coloniais sobre gênero e sexualidade em enunciados da extrema-direita brasileira. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 13, p. e02415, 2024. DOI: 10.22297/2316-17952024v13e02415. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/6191. Acesso em: 5 oct. 2024.