Metáforas conceptuais sobre o amor romântico em Romeu e Julieta, de William Shakespeare

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22297/2316-17952024v13e02423

Palavras-chave:

William Shakespeare, Teoria da Metáfora Conceptual, Amor romântico

Resumo

Devido ao seu potencial de elucidação e de criação de sentido, a metáfora constitui uma das figuras de linguagens mais estudadas e discutidas em trabalhos dos mais diversos campos do conhecimento, da teoria literária à psicologia e à linguística cognitiva. Embora diversos críticos e teóricos literários tenham se debruçado sobre a natureza e a função dessa figura de linguagem tanto fascinante quanto intrigante, argumenta-se que esta ainda mantém relevância enquanto objeto de estudo, posto que é passível de moldar, em certa medida, a maneira como vemos e experienciamos o mundo. Nessa perspectiva, o presente artigo tem como objetivo analisar as construções metafóricas sobre o conceito do amor romântico na peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare, a partir do arcabouço teórico do campo da teoria literária e da linguística cognitiva, com ênfase nas contribuições de Max Black (1962;1993), Paul Ricoeur (1987) e Lakoff e Johnson (2002). Enquanto conceito abstrato, a noção de amor não se permite encerrar em um único significado, aspecto elucidado na análise das diversas metáforas conceptuais presentes na peça de Shakespeare. Valendo-se dos argumentos de Lakoff e Johnson (2002), defende-se que há, ainda, perspectivas contrastantes em relação ao amor na peça, como através da contraposição de imagens de luz e escuridão. Assim, objetiva-se, com este artigo, contribuir para a fortuna crítica referente ao estudo da metáfora e, mais especificamente, ao seu potencial de criação de sentido.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruno dos Santos Konkewicz, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)

Mestrando em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Integrante do "Grupo de Estudos em Literatura Inglesa" na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Carlos Alexandre Baumgarten, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS)

Doutor em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Professor Adjunto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Membro do Grupo de Pesquisa "Acervo de Escritores Sulinos" e integrante do GT de História da Literatura da ANPOLL. Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq.

Referências

BEARDSLEY, M. The metaphorical twist. Philosophy and Phenomenological Research, v. 22, n. 3, p. 293-307, mar. 1962. DOI: https://doi.org/10.2307/2104415. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/2104415. Acesso em: 26 nov. 2023.

BEARDSLEY, M. O desvio metafórico. Tradução de Carlos André Fernandes. Fundamento – Revista de Pesquisa em Filosofia, n. 10, p. 87-103, 2015 [1962]. Disponível em: https://periodicos.ufop.br/fundamento/article/view/2438. Acesso em: 26 nov. 2023.

BLACK, M. Models and metaphors. New York: Cornell University Press, 1962.

BLACK, M. More about metaphor. In: ORTONY, A. (ed.). Metaphor and thought. New York: Cambridge University Press, 1993. p. 19-41.

FRYE, N. Sobre Shakespeare. Tradução de Simone Lopes de Mello. São Paulo: EDUSP, 1992.

GIBBS, R. W. Jr. When Is Metaphor? The Idea of Understanding in Theories of Metaphor. Poetics Today, v. 13, n. 4, 1992, p. 575-606. DOI: https://doi.org/10.2307/1773290. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/1773290. Acesso em: 21 mar. 2024.

HELIODORA, B. Introdução. In: SHAKESPEARE, W. LEÃO, L. C. (org.). Grandes obras de Shakespeare: Tragédias. Tradução de Bárbara Heliodora. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017. p. 11-17.

LAKOFF, G. The contemporary theory of metaphor. In: ORTONY, Andrew (ed.). Metaphor and thought. Cambridge: Cambridge University Press, 1993. p. 202-251.

LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Metáforas da vida cotidiana. Tradução de Grupo de Estudos da Indeterminação e da Metáfora (GEIM). São Paulo: EDUC, 2002.

LEVENSON, J. L. The Definition of Love: Shakespeare's Phrasing in "Romeo and Juliet". Shakespeare Studies, v. 15, p. 21-36, 1982. Disponível em: https://www.proquest.com/docview/1297953119?sourcetype=Scholarly%20Journals. Acesso em: 30 nov. 2023.

LI, B. Metaphor, the secret of Shakespeare's success in Romeo and Juliet writing. Frontiers in Educational Research, v. 1, n. 2, p. 24-27, 2018. DOI: https://doi.org/10.25236/FER.030010. Disponível em: https://francis-press.com/uploads/papers/bwB1DPJIf9cMTA468geC5pNmWtSYDKGcNTdQGrWn.pdf. Acesso em: 28 nov. 2023.

RICOEUR, P. A metáfora e o símbolo. In: RICOEUR, P. Teoria da interpretação. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1987. p. 57-81.

SÁNCHEZ, A. B. Metaphorical models of romantic love in Romeo and Juliet. Journal of Pragmatics, v. 24, n. 6, p. 667-688, 1995. DOI: https://doi.org/10.1016/0378-2166(95)00007-F. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/037821669500007F?via%3Dihub. Acesso em: 26 nov. 2023.

SHAKESPEARE, W. Romeu e Julieta. Tradução de Bárbara Heliodora. In: LEÃO, L. C. (org.). Grandes obras de Shakespeare: Tragédias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017 [1597]. p. 19-147.

SIMAN, J. H.; SAMPAIO, T. O. M. Teoria da metáfora conceptual: um dinâmico passo adiante? Revista Porto das Letras, v. 7, n. 1, p. 201-223, 2021. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/portodasletras/article/view/10576. Acesso em: 25 nov. 2023.

SIMAN, J. H.; SAMPAIO, T. O. M.; GONZALEZ-MARQUEZ, M. How do metaphors shape thought in the wild? Cadernos de Tradução, n. 46, p. 136-156, 2021. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/cadernosdetraducao/article/view/109332. Acesso em: 20 mar. 2024.

Downloads

Publicado

2024-08-15

Como Citar

KONKEWICZ, B. dos S.; BAUMGARTEN, C. A. Metáforas conceptuais sobre o amor romântico em Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 13, p. e02423, 2024. DOI: 10.22297/2316-17952024v13e02423. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/6039. Acesso em: 22 dez. 2024.