A reescrita e a qualificação do processo de produção demicrocrônicas verbo-visuais

Autores

  • Nara Augustin Gehrke
  • Sara Regina Scotta Cabral

Palavras-chave:

Produção textual, Reescrita, Microcrônica verbo-visual

Resumo

Abordando a produção textual como um complexo processo cognitivo (FLOWER; HAYES, 1981) e os gêneros segundo a proposta de Martin e Rose (2008), desenvolvemos o projeto "Um novo olhar sobre nossocotidiano", uma experiência pedagógica com a leitura e a produção de microcrônicas verbo-visuais, objetivando melhorar qualitativamente os textos com a reescrita. O gênero microcrônica verbo-visual tem o propósito sociocomunicativo de partilhar uma impressão pessoal sobre um tema considerado relevante socialmente, a partir do que o cronista interpreta da representação dos significados atinentes ao cotidiano representados em uma imagem fotográfica. Fizeram parte do projeto cinco turmas de semestres iniciais de cursos de graduação de uma universidade pública do interior do Rio Grande do Sul, ao longo de três anos. Nesse projeto, demos especial atenção à reescrita baseada na leitura de três participantes: o aluno-cronista, o professor, através de bilhetes orientadores, e os pares/colegas, através de avaliação holí­stica e protocolo de leitura crí­tica. Os resultados apontaram para a revisão colaborativa como prática promotora não só da qualificação dos textos, mas também de um engajamento mais efetivo dos estudantes na produção textual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

íLVARES, C. Quatro dimensões do microconto como mutação do conto: brevidade, narratividade, intertextualidade, transficcionalidade. Guavira Letras. Três Lagoas, n. 15, p. 225-281, ago./dez. 2012.

ANDRADE, M. L. C. V. O. As crônicas de Carlos Heitor Cony e a manutenção de um diálogo com o leitor. In: PRETI, D. (Org.). Diálogos na fala e na escrita. São Paulo: Humanitas, 2005, p. 299 - 324.

ARRIGUCCI JR. Fragmentos sobre a crônica. In: ______ . Enigma e Comentário. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 51- 66.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução de Maria Ermantina Galvão. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BARTHES, R. A mensagem fotográfica. In: LIMA, L. C. (Org.). Teoria da cultura de massa. Rio de Janeiro: Saga, 1969, p. 325 – 244.

BERSTEIN, B. A estruturação do discurso pedagógico: classe, códigos e controle. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.

BETELHA, G. K. Sete Faces para Rubem Braga. Leitura. São Paulo: Imprensa Oficial do estado de São Paulo, v. 2, n. 5, p. 26-31, 2004.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Lí­ngua Portuguesa. Brasí­lia: MEC/SEF, 1998.

CONDE, X. F. A relación entre a literatura e a internet nos inicios do século XXI nas literaturas ibéricas: o caso da microficción. Revista de Lenguas y Literaturas Catalana, Gallega y Vasca. Madrid, v. 15, p.77- 87, 2010.

COUTINHO, A. Ensaio e Crônica. In: _____; COUTINHO, E.F. A literatura no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986, p. 105-128.

EGGINS, S. An introduction to Systemic Functional Linguistics. London: Continuum, 2004.

EGGINS, S.; MARTIN, J. R. El contexto como género: una perspectiva lingüí­stica funcional. Revista Signos. Valparaiso, v. 36, n. 54, p. 185-205, 2003.

FARREL, T.A. Measuring visual literacy ability in graduate level pre-service teachers. 2013. 111 f. (Phd Dissertation). Montana State University, Montana, 2013.

FLOWER, L.; HAYES, J.R. A cognitive process theory of writing. College Composition and Communication. Pittsburg, v.32, n. 4, p. 365-387, 1981.

FUZER, C. Bilhete orientador como instrumento de interação no processo ensino-aprendizagem de produção textual. Letras, Santa Maria, 22 (44), jan/jun., p. 113-145, 2012.

GABRIEL JÚNIOR, M. Crônica de notí­cia e crônica do cotidiano: duas modalidades de um gênero. Verbum. São Paulo: PUC, n. 3, v. 2, p. 91 – 107, 2013.

GASPAROTTO, D.M.; MENEGASSI, R.J. A mediação do professor na revisão e reescrita de textos de aluno de Ensino Médio. Calidoscópio. São Leopoldo, v.11, n.1, p. 29-43, 2013.

GEHRKE, N. A. Na leitura, a gênese da reconstrução de um texto. Letras de Hoje, Porto Alegre, v.28, n. 4, p. 115 – 154, 1993.

_____. Foto do dia ou microcrônica verbo-visual: um gênero na perspectiva da Escola de Sydney. 2015. 212 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguí­sticos). Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2015.

GEHRKE, N. A.; CABRAL, S. S. O peso da palavra e a poesia da imagem na produção e leitura de microcrônicas verbo-visuais. (Des)enredo. Passo Fundo, v.10, n. 1, p. 150-179, 2014.

GEHRKE, N. A.; MARTINS, N. B. A crônica jornalí­stica e o pronome nós em perspectiva enunciativa. Domí­nios da Lingu@agem. Uberlândia, v.8, n.1, p. 422 – 438, 2014.

HAYES, J. R. et al. Cognitive processes in revision. CDC Techical Report. Pittsburg: Carnegie-Mellow University. n. 12, 1985.

HALLIDAY, M. A. K. Part A. In: HALLIDAY, M. K. A.; HASAN, R. (Ed.). Language, context and text: aspects of language in a social-semiotic perspective. Oxford: Oxford University Press, 1989.

_____. An introduction to functional grammar. 2. ed. London: Arnold, 1994.

HALLIDAY, M. A. K.; MATTHIESSEN, C. M. I. M. An introduction to functional grammar. 3.ed. London: Arnold, 2004.

_____. Halliday"™s introduction to functional grammar. London: Arnold, 2014.

KRESS, G; van LEEUWEN, T. Reading images: The grammar of visual design. 2. ed. London: Routledge, 2006.

LOPES, C. N. N. A grande dor das coisas que passaram: a recordação contemplativa na crônica de Rubem Braga. 2012. 178f. Tese (Doutorado em Letras). Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal da Paraí­ba, João Pessoa, 2012.

MARTIN, J.R. Factual writing: exploring and challenging social reality. Geelong: Deakin University Press, 1985.

MARTIN, J.R.; ROSE, D. Genre relations: mapping culture. London: Equinox, 2008.

MENEGOLO, E.D.C.W; MENEGOLO, L. W. O significado da reescrita de textos na escola: a (re) construção do sujeito-autor. Ciência e Cognição, Rio de Janeiro, v. 4, p.73-79, 2005.

NOLD, E. Revision: intentions and conventions. In: SUDOL, R. A. (Ed.). Revising: New essays for teachers of writing. Illinois: National Council os Teachers of English, 1982, p. 13 – 23.

RIBAS, M. C.; DOMíS, M. S. M.; PESSANHA, K. G. A crônica em sala de aula: trabalhando com um gênero menormENORMEnormenor... SOLETRAS. São Gonçalo: UERJ, v.1, n. 18, p. 7-23, 2009.

ROAS, D. (Org.). Poéticas del microrrelato. Madrid: Arco/Libros, 2006.

ROSE, D.; MARTIN, J. R. Learning to write, reading to learn. Genre, knowledge and pedagogy in the Sydney School. London: Equinox, 2012.

ROYCE, T. Visual-verbal intersemiotic complementarity in the economista magazine. 1999. 329f. (PhD. Dissertation). University of Sydney, Sydney, 1999.

SCHENEIDER, C. I. Machado de Assis contador de histórias: literatura, história e tragédia na composição da crônica. Temas & Matizes. Cascavel: Unioeste, v. 06, p. 71-78, 2004.

SILVA, W.R.; ESPINDOLA, E. Afinal, o que é gênero textual? Revista da ANPOLL. Florianópolis, v. 1, n. 34, p. 259 - 307, 2013.

SOARES, M. V. A tarefa de reformulação de textos. 2003. 220f. Dissertação (Mestrado em Linguí­stica). Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2003.

SPALDING, M. Os cem menores contos brasileiros do século e a reinvenção do miniconto na literatura brasileira contemporânea. 2008. 81f. Dissertação (Mestrado em Letras). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

TOCAIA, I. M. Elaboração de material didático para o ensino superior baseada no gênero textual crônica jornalí­stica. Nonada, Porto Alegre, v.2, n. 17, p. 137 – 155, 2011.

ZAVALA, I. La minificcion bajo el microscópio. México: Difusión Cultural, UNAM, 2006.

Downloads

Publicado

2017-06-05

Como Citar

GEHRKE, N. A. .; CABRAL, S. R. S. . A reescrita e a qualificação do processo de produção demicrocrônicas verbo-visuais. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 127–149, 2017. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/946. Acesso em: 5 nov. 2024.