Orações existenciais em teses de doutorado do Português Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.22297/2316-17952021v10e02103Palavras-chave:
Orações existenciais, Introdução, Banco de dados TACTESEResumo
Estudos pautados no Sistema de Transitividade, da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) dão conta que esse é um sistema de relação entre os componentes que constituem figuras de representação. Este trabalho objetiva analisar as funções das orações existenciais, que para Halliday e Mathiessen (2004, 2014) representam o que existe ou acontece, na unidade retórica Introdução, do banco de dados TACTESE, de Figueiredo-Gomes e Bertuleza (no prelo). A metodologia empregada consiste no recenseamento dos processos em orações existenciais, por meio do uso da ferramenta Concord, do suíte computacional Word Smith Tools (SCOTT, 2018), a partir da lista de processos tipificados por Halliday e Matthiessen (2004, 2014) como neutros, abstratos e com traços circunstanciais, aplicados a usos da língua inglesa, que Fuzer e Cabral (2014) apresentam como passíveis de realizar significados existenciais no Português Brasileiro. Foram identificados 212 usos de orações existenciais na unidade retórica Introdução. Os grupos verbais mais produtivos tipificados como neutro do existir são haver e existir; como neutro do acontecer são ocorrer e acontecer; como neutro possessivo é ter; com traços circunstanciais de tempo é seguir-se, e com traços circunstanciais de lugar são encontrar-se e surgir; dos processos tipificados como abstratos não foram identificados usos nessa unidade retórica. Acredita-se que essa ausência pode está relacionada ao nível de tecnicidade do texto tese de doutorado, que não admite realizações desses processos, frequentes em gêneros do narrar.
Downloads
Referências
BRAUER, K. C. N.; PORTELA, K. C. A. Análise de processos verbais em introduções de artigos científicos de três áreas: economia, engenharia sanitária ambiental e linguística sob o viés da Linguística Sistêmico-Funcional. Holos, ano 33, v. 4, p. 104-115, 2017.
FUZER, C; CABRAL, S. R. S. Introdução í gramática sistêmico-funcional em língua portuguesa. Campinas: Mercado das Letras, 2014.
FUZER, C. Realização de processos verbais em textos científicos da área de engenharia civil. D.E.L.T.A., v. 28, n. 3, p. 473-494, 2012.
FIGUEIREDO-GOMES, J. B.; BERTULEZA, C. D. S. Banco de dados TACTESE. Açu/RN: UERN (no prelo).
FRUTUOSO, A.; FIGUEIREDO-GOMES, J. B.; Sí, C. A. A. Os processos relacionais e a construção de sentido na introdução do gênero dissertação: uma análise sistêmico-funcional. In: LIMA, A. M. P.; FIGUEIREDO-GOMES, J. B.; SOUZA, J. M. R. (org.). Gêneros multimodais, multiletramentos e ensino. São Carlos: Pedro & João Editores, 2019. p. 43-50.
GOUVEIA, C. A. M. Texto e gramática: uma introdução í Linguística Sistêmico-Funcional. Matraga, v. 16, n. 24, p. 13-47, 2009.
GOUVEIA, C. A. M. Textos, análise e interpretações: a linguística sistêmico-funcional. Palestra proferida em 06/10/2208. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 2008.
HALLIDAY, M. A. K. An introduction to functional grammar. 2. ed. London: Edward Arnold. 1994.
HALLIDAY, M. A. K.; MATTHIESSEN, C. An introduction to functional grammar. 3. ed. London: Edward Arnold, 2004.
HALLIDAY, M. A. K.; MATTHIESSEN, C. M. I. M. Introduction to functional grammar. 4. ed. London: Edward Arnold, 2014.
HALLIDAY, M. A. K.; WEBSTER, J. Continum companion to Systemic Functional Linguistics. Nova York: Continuum International Publishing Group, 2009.
LIMA, L. R. Os processos existenciais em reportagens de capa da revista Superinteressante. Domínios da linguagem, v. 6, n. 1, p. 261-284, 2012.
MIRANDA, M. V.; OLIVEIRA, A. L. A. M. O uso de processos existenciais no domínio acadêmico: uma análise com base em corpus de artigos científicos. Revista do GEL, v. 17, n. 1, p. 160-188, 2020.
MORAIS, F. B. C. O uso do processo existencial haver na escrita acadêmica – um estudo com base em um corpus de artigos científicos de diversas áreas do conhecimento. D.E.L.T.A., v. 27, n. 1, p. 142-160, 2015.
MORAIS, F. B. C. Os dizentes nos artigos científicos de Linguística – um estudo baseado na Linguística Sistêmico-Funcional e com o auxílio da Linguística de Corpus. Letras & Letras, v. 30, n. 2, p. 46-63, 2014.
MOTTA-ROTH, D.; HENDGES, G. R. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
NEVES, M. H. M. A gramática passada a limpo: conceitos, análises e parâmetros. São Paulo: Parábola, 2012.
PORTELA; K. C. A. Um estudo dos processos verbais no gênero artigo científico em revistas de secretariado executivo: uma perspectiva da Linguística Sistêmico-Funcional. Holos, ano 29, v. 4, p. 155-171, 2013.
PORTELA; K. C. A.; BRAUER, K. C. N. Os processos verbais nos artigos científicos da revista gestão e secretariado: uma análise com base na linguística sistêmico-funcional. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ENSINO DE LíNGUA PORTUGUESA. 2012, 2. ed., Uberlândia. Anais [...]. Uberlândia: EDUFU, 2012. p. 98-116.
Sí, C. A. A.; FIGUEIREDO-GOMES, J. B. Usos de orações existenciais em teses de doutorado. Entrepalavras, v. 10, p. 101-119, 2020.
SCOTT, M. WordSmith tools version 7.0. Oxford: Oxford University Press, 2018.
SWALES, J. Genre analysis: english in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Diálogo das Letras
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Diálogo das Letras não se responsabiliza por conceitos e opiniões emitidos pelos autores, tampouco manifesta, necessariamente, concordância com posições assumidas nos textos publicados. Além disso, os dados e a exatidão das referências citadas no trabalho são de inteira responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem seus trabalhos, os autores concordam que os direitos autorais referentes a cada texto estão sendo cedidos para a revista Diálogo das Letras; ainda concordam que assumem as responsabilidades legais relativas às informações emitidas.