Noções de texto e linguagem em práticas avaliativas do ensino médio

Auteurs

  • Juliana Santana Cavallari
  • Wagner Ernesto Jonas Franco

Mots-clés :

Práticas avaliativas, Linguagem, Ensino de texto

Résumé

O trabalho com o texto costuma estar associado, quase que exclusivamente, à disciplina de Lí­ngua Portuguesa. Pensando nas diversas práticas sociais e/ou pedagógicas que solicitam a leitura e a produção de textos, tais como as práticas avaliativas, argumentamos que o texto não é objeto de ensino apenas da LP, mas também de todas as outras disciplinas escolares, pois o processo de ensino-aprendizagem só se torna possí­vel via lí­ngua(gem) que está em funcionamento nos diversos materiais trabalhados em sala de aula. Com base no dispositivo teórico-metodológico da Análise de Discurso, este estudo se propõe a analisar e compreender qual(is) noções de lí­ngua(gem) e texto subjaz(em) í s práticas avaliativas de professores do Ensino Médio de uma Escola Estadual em Pouso Alegre – MG. Tomamos como material de pesquisa algumas questões que compõem as avaliações elaboradas pelos professores das disciplinas de Biologia, Artes e História, bem como uma questão do ENEM de 2016. A análise empreendida sugere que um trabalho mais consistente com o texto e com a linguagem que o constitui se mostra necessário em todas as disciplinas. Profissionais que colocam a lí­ngua(gem) como central em suas práticas podem deixar de enxergá-la como um instrumento neutro utilizado para transmissão de informação, para compreendê-la como espaço simbólico, em que contradições e equí­vocos são, inevitavelmente, constitutivos dos sentidos.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

AMARANTE, M. F. S. Formulário para avaliação de aprendizagem: dispositivo ótico enunciativo e funcionamento neoliberal. Revista da Faculdade de Letras, PUC-Campinas, n. 1 e 2, vol. 21 (112), p.74-91, dez. 2002.

BRANDíO, H. N. (Coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso polí­tico, divulgação cientí­fica. São Paulo: Cortez. 2000.

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental/MEC. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: lí­ngua portuguesa/Secretaria de Educação Fundamental. Brasí­lia: MEC/SEF, 1998. Disponí­vel em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2017.

BRASIL, MEC/CAPES – Diretoria de Avaliação. Documento de írea: Letras e Linguí­stica, 2016.

CAVALLARI, J. S. O discurso avaliador do sujeito-professor na constituição da identidade do sujeito-aluno. 2005. 218 f Tese de Doutorado em Linguí­stica Aplicada. Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, Campinas, 2005.

______. Representações de práticas avaliativas formais e suas implicações no processo de ensino e aprendizagem de lí­nguas. In: ABUD, M. J. M.; CASTRO, S. T. R; SILVA, E. R. (Orgs.). Representações discentes e docentes em contextos educacionais. 1. ed. Taubaté: Cabral Editora e Livraria Universitária, 2010, p. 183-212.

______. Avaliações externas e seus efeitos na subjetividade de professores. Signum. Estudos de Linguagem, Londrina, v. 14. p. 121-136, 2011.

______. Leitura como acontecimento: sentidos que emanam de materiais didáticos de lí­ngua inglesa. Leitura: Teoria & Prática - Associação de Leitura do Brasil (ALB), v. 31, n. 60, p. 119 – 135, 2013.

______; SANTOS, T. S. A. As práticas neoliberais no ensino-aprendizagem de Lí­ngua Inglesa. Revista Entremeios, Pouso Alegre, v. 10, p. 79-88, Jan./Jun. 2015.

______; SALLES, V. Novas tecnologias e seus efeitos no processo de ensino-aprendizagem da EJA. Horizontes, v. 34, número temático, p. 49-58, dez. 2016.

CELADA, M. T. Sobre a (im)possibilidade de exposição í alteridade – aspectos da formação de professores de lí­ngua. Revista Entremeios, Pouso Alegre, v. 10, p. 9-15, Jan./Jun. 2015.

CORACINI, M. J. R. F. Subjetividade e identidade do professor de português (LM). Trabalhos em Linguí­stica Aplicada, Campinas, v. 36, p. 147-158, Jul./Dez. 2000.

______; BERTOLDO, E. (Orgs.). O desejo da teoria e a contingência da prática: discursos sobre e na sala de aula: (lí­ngua materna e estrangeira). Campinas: Mercado de Letras, 2003.

CORACINI, M. J. F. R. A celebração do outro. Campinas: Mercado das Letras, 2007.

______. (Org.). O jogo discursivo na aula de leitura: Lí­ngua Materna e Lí­ngua Estrangeira. 3 ed. Campinas: Pontes Editores, 2010.

DUBOIS, J. et al. Dicionário de linguí­stica. São Paulo: Cultrix, 1978. FEDATTO, C. O que se diz ao negar-se a ler? In: PAYER, M. O.; CELADA, M. T. (Orgs.). Subjetivação e processos de identificação: sujeitos e lí­nguas em práticas discursivas – inflexões no ensino. Campinas: Pontes, 2016, p. 79-94.

FRANCO, W. E. J. O funcionamento da memória discursiva em práticas avaliativas de lí­ngua inglesa. 2015. 121f. Dissertação de Mestrado em Ciências da Linguagem. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem, Univás, Pouso Alegre, 2015.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.

GERALDI, J. W. Unidades básicas do ensino de português. In: GERALDI, J. W. (Org.). O texto na sala de aula: leitura e produção. São Paulo: ítica, 1984, p. 59-79.

MOITA LOPES, L. P. da. Linguagem, interação e formação do professor. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 3, n.179-181, p. 355-366, 1995.

MRECH, L. N. Lacan, a educação e o impossí­vel de educar. Revista Educação – Lacan pensa a educação, n. 9, ano II, p. 18-29, 2008.

ORLANDI, E. P. Segmentar ou recortar? Série Estudos, Uberaba, nº 10, p. 9-26, 1984.

______. O estatuto do texto na história da reflexão sobre a linguagem. In: ORLANDI, E. P. Discurso e texto: formulação e circulação dos sentidos. Campinas: Pontes, 2001, p. 73-98.

______. Análise do discurso: princí­pios e procedimentos. 10. ed. Campinas: Pontes Editores, 2010.

PAYER, M. O. Memória da lí­ngua: imigração e nacionalidade. São Paulo: Ed. Escuta, 2006.

______. A leitura em Abril Despedaçado: equí­voco, deslocamento, acontecimento. In: CARROZZA, G.; SANTOS, M.; SILVA, T. D. da. (Orgs.). Sujeito, sociedade, sentido. Campinas, Editora RG, 2012, p. 29-44.

______; CELADA, M. T. Sobre sujeitos, lí­ngua(s), ensino. Notas para uma agenda. In: PAYER, M. O.; CELADA, M. T. (Orgs.). Subjetivação e processos de identificação: sujeitos e lí­nguas em práticas discursivas – inflexões no ensino. Campinas: Pontes, 2016, p. 17 – 42.

PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crí­tica í afirmação do óbvio. Tradução de Eni P. Orlandi. 3. ed. Campinas: Editora da Unicamp, (1997) [1975].

SOUZA, L. M. T. M. de. O Conflito de vozes na sala de aula. In: CORACINI, M. J. F. (Org.). O jogo discursivo na aula de leitura: lí­ngua materna e lí­ngua estrangeira. 3 ed. Campinas: Pontes, 2010, p. 21 – 26.

Téléchargements

Publiée

2017-06-05

Comment citer

CAVALLARI, J. S. .; FRANCO, W. E. J. . Noções de texto e linguagem em práticas avaliativas do ensino médio. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 419–437, 2017. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/961. Acesso em: 27 nov. 2024.