Consolação e alteridade: uma leitura bakhtiniana de A nossa necessidade de consolação... (1952), de Stig Dagerman
DOI:
https://doi.org/10.22297/2316-17952024v13e02429Palavras-chave:
Alteridade, Mikhail Bakhtin, Stig DagermanResumo
Em A nossa necessidade de consolação... (1952), o escritor sueco Stig Dagerman desenvolve a tese de que somente a morte consolaria, verdadeiramente, o ser humano. No contexto pós-Segunda Guerra Mundial, tal ensaio ilustra, desde um viés bakhtiniano, uma crise da alteridade. Nesse cenário, a presente reflexão objetiva investigar tensões entre alteridade e consolação no ensaio em foco, visando a discutir movimentos alteritários, tanto na tese defendida pelo autor quanto no enformamento de seu texto autobiográfico. Como referencial teórico-metodológico, amparamo-nos nos estudos de Mikhail Bakhtin, estabelecendo diálogo com outros autores que iluminam a reflexão, de modo a entender que a alteridade: (i) é a gênese, o meio e a finalidade da demanda por consolo; (ii) relaciona-se com a demanda coletiva por consolo em face ao Holocausto; e (iii) matiza a tese sobre a morte com tons relacionados à vida e à política, motivo pelo qual se presentifica no grande tempo.
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