O devir como criação: cronotopo em Cecí­lia Meireles

Autores

  • Diego Pinto de Sousa
  • Moisés Carlos de Amorim

Palavras-chave:

Tempo em devir, Cronotopo, Poesia ceciliana

Resumo

A concepção do tempo e a forma como este é instrumentalizado não apenas corresponde a uma dada ordem social, como também paradoxalmente redefine a caminhada cultural de determinado perí­odo histórico. De sorte que cada cultura (em cada perí­odo da história) forjou sua concepção acerca do tempo, e por esta foi reciprocamente influenciada. Em todo caso, a transitoriedade humana encontra no transcorrer do tempo sua fonte perene de perturbadora inadequação. A consciência da temporalidade (fabricada ou não) arregimenta paradoxos indeléveis como vida e morte, imanência e transcendência. Na rede dialógica de sentidos da cultura humana, a esfera da arte tornou-se a testemunha e a inquiridora mais profí­cua das crises advindas da temporalidade. Neste artigo, esse tempo sempre em devir é identificado não apenas como temática literária, mas também como a própria plataforma da criação artí­stica. Essa profí­cua dinâmica do devir como criação é exercida plena e visceralmente na obra da poeta Cecí­lia Meireles. Para trazer a lume essa realidade de temporalidades em devir na criação ceciliana, elegeu-se a teoria dialógica de Bakhtin e do Cí­rculo como esteira analí­tica, em especial o conceito bakhtiniano que cuida da relação entre espaço-tempo: o cronotopo.

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Publicado

2017-06-05

Como Citar

SOUSA, D. P. de .; AMORIM, M. C. de. O devir como criação: cronotopo em Cecí­lia Meireles. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 438–459, 2017. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/964. Acesso em: 5 nov. 2024.