Em busca do dado singular: a micro história de um estilo
DOI:
https://doi.org/10.22297/2316-17952020v09e02025Palavras-chave:
Estilo, Paradigma indiciário, Análise LinguísticaResumo
Este artigo tem como objetivo instaurar uma reflexão sobre estilo a partir da produção de textos de um sujeito de terceiro ano do ensino médio, tomando como referência principal as investigações de Bakhtin (2013) e seu Círculo que, além de ser o grande precursor dos estudos de gênero - adotado, inclusive, pelos documentos oficiais orientadores do ensino de língua portuguesa no Brasil -, também teve em seu percurso histórico uma experiência enquanto professor de língua. Esta experiência, divulgada em sua obra "Questões de estilística no ensino de língua materna", mostra-nos o seu interesse e preocupação pessoal com a questão do estilo. Com base nesses pressupostos, acompanhamos o trabalho de uma professora e analisamos indícios de estilo no texto de um de seus alunos concluinte do último ano do ensino médio, que se prepara para participar das avaliações institucionais para ingresso ao ensino superior. A partir do exemplo do professor Bakhtin (2013), da experiência na escola e da análise interpretativa dos rastros que, pautados em Ginzburg (1989), denominamos micro história do estilo do sujeito analisado, foi possível compreender a indissociabilidade entre estilo individual e gênero, além de perceber como esta relação pode ser concatenada ao trabalho de análise linguística, tão caro aos estudos envolvendo o ensino/aprendizagem de língua portuguesa.
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