Em busca do dado singular: a micro história de um estilo

Autores

Palavras-chave:

Estilo, Paradigma indiciário, Análise Linguí­stica

Resumo

Este artigo tem como objetivo instaurar uma reflexão sobre estilo a partir da produção de textos de um sujeito de terceiro ano do ensino médio, tomando como referência principal as investigações de Bakhtin (2013) e seu Cí­rculo que, além de ser o grande precursor dos estudos de gênero - adotado, inclusive, pelos documentos oficiais orientadores do ensino de lí­ngua portuguesa no Brasil -, também teve em seu percurso histórico uma experiência enquanto professor de lí­ngua. Esta experiência, divulgada em sua obra "Questões de estilí­stica no ensino de lí­ngua materna", mostra-nos o seu interesse e preocupação pessoal com a questão do estilo. Com base nesses pressupostos, acompanhamos o trabalho de uma professora e analisamos indí­cios de estilo no texto de um de seus alunos concluinte do último ano do ensino médio, que se prepara para participar das avaliações institucionais para ingresso ao ensino superior. A partir do exemplo do professor Bakhtin (2013), da experiência na escola e da análise interpretativa dos rastros que, pautados em Ginzburg (1989), denominamos micro história do estilo do sujeito analisado, foi possí­vel compreender a indissociabilidade entre estilo individual e gênero, além de perceber como esta relação pode ser concatenada ao trabalho de análise linguí­stica, tão caro aos estudos envolvendo o ensino/aprendizagem de lí­ngua portuguesa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BAKHTIN, M. Questões de estilí­stica no ensino da lí­ngua. Tradução, posfácio e notas: Sheila Grillo e Ekatarina Vólkora Américo. São Paulo: Editora 34, 2013.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

BRANDíO, H. N. Da estilí­stica aos gêneros do discurso no ensino de lí­nguas. Estudos Linguí­sticos, XXXIV, p. 14-27, 2005.

CÂMARA JR., M. J. Dispersos de J. Mattoso Câmara JR. Seleção e introdução: Carlos E. Falcão Uchôa. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1972.

GERALDI, J. W. (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2004.

GERALDI, J. W. A aula como acontecimento. São Carlos: Pedro & João editores, 2010.

GINZBURG, C. Sinais: raí­zes de um paradigma indiciário. In: GINZBURG, C. (org.). Mitos, emblemas e sinais. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 143-275.

LIMA. A. P. de. (Re)pensando o problema dos gêneros do discurso por meio de uma relação entre Bakhtin e Vigotsky. Bakhtiniana, v. 1, n. 3, p. 113-126, 2010.

LIMA, H. E. A micro-história italiana: escalas, indí­cios e singularidades. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2006.

LEMOS, C. T. G. Redações de vestibular: algumas estratégias. Cadernos de Pesquisa, n. 23, p. 61-71, 1977.

Downloads

Publicado

2020-11-26

Como Citar

GIOVANI , F. .; REYES , C. R. .; GARCIA , C. B. . Em busca do dado singular: a micro história de um estilo. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 9, p. e02025, 2020. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/2693. Acesso em: 5 out. 2024.