Estilo e livro didático: a constituição do ethos discursivo
Mots-clés :
Estilística, Ensino, Livro Didático, Ethos discursivoRésumé
É preciso considerar que as pessoas interagem por meio da língua(gem), seja para comunicar, defender ideia, compartilhar pensamento, construir conhecimento. No processo de ensino-aprendizagem de língua portuguesa, o livro didático tem uma função significativa para o desenvolvimento da competência discursiva do aluno, uma vez que traz diferentes propostas de atividade com a língua(gem). Analiso, neste artigo, quatro propostas de produção textual da coleção "Português: Linguagens", de William Cereja e Thereza Magalhães, do primeiro ano do ensino médio. Duas da coleção publicada em 1994 e duas na coleção de 2012, para mostrar quais traços estilísticos se mantiveram e quais foram alterados ao longo do tempo na coleção e como essas características (não) interferem no processo de ensino-aprendizagem e, ainda, corroboram para a construção do ethos discursivo, na perspectiva de Maingueneau (2008). Pela análise apresentada, é possível constatar a manutenção do estilo dos autores nos dois volumes, ainda que apresentem algumas diferenças, tendo em vista o contexto de produção e circulação de cada um deles.
Téléchargements
Références
BAKHTIN, M. Gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BATISTA. A.; ROJO, R. Livros escolares no Brasil: a produção científica. In COSTA VAL, M. G.; MARCUSCHI, B. (Orgs.). Livros didáticos de língua portuguesa: letramento e cidadania. Belo Horizonte: CEALE/Autêntica, 2005, p. 13-45.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. Brasília: MEC, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Guia de livros didáticos. Programa Nacional do Livro Didático 2011, Língua Portuguesa. Brasília. MEC, 2011.
BUNZEN, C. O livro didático de português como gênero do discurso: implicações teóricas e metodológicas. Disponível em: https://www.academia.edu/6664851, acesso em: 10 de fevereiro de 2019.
BUNZEN, C. Livro didático de língua portuguesa: um gênero do discurso. 2005. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas/São Paulo, 2005.
CEREJA, W. R.; MAGALHíES, T. C. Português: Linguagens – literatura, gramática e redação – 2. Grau. 2. ed. São Paulo: Atual, 1994.
CEREJA, W. R.; MAGALHíES, T. C. Português: Linguagens 1. 8. ed. São Paulo: Atual, 2012.
DISCINI, N. O estilo nos textos. São Paulo: Contexto, 2014.
FIORIN, J. L. A estilística na tradição de língua portuguesa e os enfoques discursivos atuais. Caplletra, v. 29, p. 37-52, 2000.
FOUCAULT, M. O que é um autor? Lisboa: Nova Veja, 2009.
GUIRAUD, P. A estilística. Tradução: Miguel Maillet. São Paulo: Mestre Jou, 1970.
MACHADO, I. Os gêneros e a ciência dialógica do texto. In: FARACO, C. A. et al. (Orgs.). Diálogos com Bakhtin. 3. ed. Curitiba: Editora da UFPR, 1996, p. 225-271.
MAINGUENEAU, D. Retorno Crítico sobre o ethos in Análise do discurso: entorno da problemática do ethos, do político e de discursos constituintes. Campinas: Pontes, 2016, p. 13-34.
MAINGUENEAU, D. Análise de textos de comunicação. 6. ed. ampliada. São Paulo: Cortez, 2011.
MAINGUENEAU, D. Doze conceitos em análise do discurso. São Paulo: Parábola, 2010.
MAINGUENEAU, D. Gênese do discurso. Tradução: Sírio Possenti. São Paulo: Parábola, 2008.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONíSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. Gêneros textuais & Ensino. 3. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 19-36.
PETRI, E. A constituição do discurso da mudança do ensino de língua materna no Brasil. 2003. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas/São Paulo, 2003.
ROJO, R. Livro em sala de aula – modos de usar. Disponível em: www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2005. Acesso em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2005. 12 de mar. 2019.
SIGNORINI, I. Do residual ao múltiplo e ao complexo: o objeto da pesquisa em Linguística Aplicada. In: SIGNORINI, I.; CAVALCANTI, M. (Orgs.). Linguística aplicada e transdisciplinaridade. Campinas: Mercado de Letras, 1998, p. 99-110.
TARDELLI, M. C. O ensino de língua materna: interações em sala de aula. São Paulo: Cortez, 2002.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
A Diálogo das Letras não se responsabiliza por conceitos e opiniões emitidos pelos autores, tampouco manifesta, necessariamente, concordância com posições assumidas nos textos publicados. Além disso, os dados e a exatidão das referências citadas no trabalho são de inteira responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem seus trabalhos, os autores concordam que os direitos autorais referentes a cada texto estão sendo cedidos para a revista Diálogo das Letras; ainda concordam que assumem as responsabilidades legais relativas às informações emitidas.